Namorar com pessoa de outra raça e o preconceito – Sou branca, e gosto muito de um homem negro, mas meus familiares são contra a nossa união. Sou negro, e sou apaixonado por uma mulher asiática, mas meus parentes não dão trégua a nosso relacionamento. Brancos, negros, asiáticos, índios, mulatos, cafusos, todas as raças, enfim, são apenas embalagens externas que herdamos de nossos ancestrais.
Recebi um comentário, onde a pessoa (que não vou identificar aqui) fez um desabafo comovente. Ela é negra, tem 17 anos de idade e namora (às escondidas, agora) com um garoto branco de 18 anos. Tanto os pais dela como os dele não querem saber, de jeito nenhum, que seus filhos namorem e, com o poder tutelar (financeiro, principalmente), ameaçam jogá-los na rua, caso persistam no relacionamento.
A primeira coisa que me veio na cabeça, foi dar umas dicas, no sentido de que ela se aproximasse mais com o pai ou a mãe – o que tivesse maior acesso, mais amizade -, e mantivesse um diálogo franco, explicando o seu sentimento a respeito de seu namorado. Dizendo ao pai, ou à mãe, que o rapaz era um excelente amigo e companheiro, uma pessoa do bem, trabalhadora e honesta, limpo de vícios. O mesmo deveria ser tentado pelo rapaz, antes de mais nada.
No mesmo sentido, porém, eu tentei adiantar as variantes prováveis, que poderiam ser bem negativas, como um Nunca, Jamais! partindo da boca de seus pais. E, quando isso acontecesse de fato, eu a aconselhei a seguir com o namoro às escondidas, pelo menos até chegar à maioridade civil. E, enquanto isso, ir planejando sua vida a dois, longe dos pais de ambos e, para isso, seria necessário dinheiro para suas sobrevivências: valor do aluguél de uma pequena casa ou apê, poucos móveis, louça, o essencial para o começo de uma vida a dois dígna e humilde, naquele momento.
Não obtive retorno, ainda. Mas, sinceramente, torço para que os pais de ambos abram seus corações para que seus filhos possam ter um pouco de felicidade, livre-arbítrio.
Nada deveria impedir um relacionamento entre uma pessoa de uma determinada raça, etnia, com outra de diferente cor, nacionalidade ou ancestralidade. Para tanto, a Lei Nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 veio corrigir e punir os infratores, aqueles que cometem preconceito contra quaisquer discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Isso vale, também, para amigos, conhecidos, e aqueles que comentam e promovem o preconceito, de forma sarcástica e maldosa, dirigidos a vocês, seja pessoalmente, seja em redes sociais na internet.
Leia o artigo 14: Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e social.
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
Para ler a Lei e todo o seu conteúdo legal, clique no link abaixo
Lei 7.716
Apesar de estarmos em 2014 e vivermos num país em regime democrático, muitos ainda continuam com o pensamento retrógrado do século XIX, onde era muito mais perceptível as devidas separações entre as raças, principalmente entre casais formados por brancos e negros. Há muitos outros casos de preconceito racial, mas os mais comuns atingem brancos e negros (considere-se mais amplamente, com caboblos, cafusos, etc.).
Então, amiga ou amigo, se você vive um grande amor com uma pessoa de outra raça, viva-o intensamente, haverão as dificuldades, infelizmente, mas certamente somente vocês dois estarão curtindo o livre direito à escolha, o livre direito de amar quem quer que seja.
Seja feliz, nem que tenha que acionar a justiça para obter seus direitos!
Comentário anterior excluído, por conteúdo racista!
isso que disse é preconceituoso e racista também poderia dizer que há brancos brancas feias mas não há porque somos todos iguais. Qual é a cor do seu coração e das suas veias??
Ivan Gomes, é que você não conhece as negras deliciosas, lindas, cheirosas, maravilhosas que eu conheço. E que continue não conhecendo, nenhuma delas iria querer você com certeza. 🙂
Eu sou negra e não sinto atração por negros.